sexta-feira, 17 de setembro de 2010

"Perfeição"...

...Talvez seja umas das letras de Renato Russo que eu aplaudo de pé.
Todas as letras dele são ótimas, mas essa... Essa tem um quê de ironia com a situação social que me arrepia.
Ele diz tudo que eu queria dizer com um deboche chaqualhador pra trazer de volta à realidade.
Estava ouvindo essa música agora e resolvi postar a letra dela. Aí vai...


PERFEIÇÃO [LEGIÃO URBANA]

Vamos celebrar
A estupidez humana
A estupidez de todas as nações
O meu país e sua corja
De assassinos
Covardes, estupradores
E ladrões...

Vamos celebrar
A estupidez do povo
Nossa polícia e televisão
Vamos celebrar nosso governo
E nosso estado que não é nação...

Celebrar a juventude sem escolas
As crianças mortas
Celebrar nossa desunião...

Vamos celebrar Eros e Thanatos
Persephone e Hades
Vamos celebrar nossa tristeza
Vamos celebrar nossa vaidade...

Vamos comemorar como idiotas
A cada fevereiro e feriado
Todos os mortos nas estradas
Os mortos por falta
De hospitais...

Vamos celebrar nossa justiça
A ganância e a difamação
Vamos celebrar os preconceitos
O voto dos analfabetos
Comemorar a água podre
E todos os impostos
Queimadas, mentiras
E seqüestros...

Nosso castelo
De cartas marcadas
O trabalho escravo
Nosso pequeno universo
Toda a hipocrisia
E toda a afetação
Todo roubo e toda indiferença
Vamos celebrar epidemias
É a festa da torcida campeã...

Vamos celebrar a fome
Não ter a quem ouvir
Não se ter a quem amar
Vamos alimentar o que é maldade
Vamos machucar o coração...

Vamos celebrar nossa bandeira
Nosso passado
De absurdos gloriosos
Tudo que é gratuito e feio
Tudo o que é normal
Vamos cantar juntos
O hino nacional
A lágrima é verdadeira
Vamos celebrar nossa saudade
Comemorar a nossa solidão...

Vamos festejar a inveja
A intolerância
A incompreensão
Vamos festejar a violência
E esquecer a nossa gente
Que trabalhou honestamente
A vida inteira
E agora não tem mais
Direito a nada...

Vamos celebrar a aberração
De toda a nossa falta
De bom senso
Nosso descaso por educação
Vamos celebrar o horror
De tudo isto
Com festa, velório e caixão
Tá tudo morto e enterrado agora
Já que também podemos celebrar
A estupidez de quem cantou
Essa canção...

Venha!
Meu coração está com pressa
Quando a esperança está dispersa
Só a verdade me liberta
Chega de maldade e ilusão
Venha!
O amor tem sempre a porta aberta
E vem chegando a primavera
Nosso futuro recomeça
Venha!
Que o que vem é Perfeição!...

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Deu no jornal...


A juventude tem um certo tino pra fazer babaquice [tiozão falando, rsrs]! O novo modismo que está em voga entre eles é o: "vodka eyeballing". A nova mania que começou nos EUA [#tinhaqueser]e ganhou adeptos na europa, consiste no ato de aplicar vodka nos olhos, como se fosse colírio. Diz o mito que a ação aumenta a sensação de embriaguez [mas, no olho???].
Aqui no Brasil a modalidade também tem seus adeptos e já fez vítimas: Um rapaz de 21 anos pereu 95% da visão. Vai operar, mas levará sequelas pro resto da vida, garante o médico.
Na internet, mais de 800 vídeos de "vodka eyeballing" já foram postados. Comunidades na página de relacionamentos Facebook também discutem o assunto.
Médicos oftalmologistas garantem que a estúpida brincadeira pode acarretar danos seríssimos à visão.
Tico Santa Cruz, vocalista da banda Detonautas, tem um vídeo onde experimenta a modalidade imbecil. É de se estranhar essa atitude de um cara engajado em causas sociais e tão influente como ele.

sábado, 11 de setembro de 2010

Contemplação...


Lá fora o clima está frio, e o céu está completamente gris. Apesar da aparente tranquilidade que o clima apresenta, a correria é incessante.
Olho pela janela e meus olhos se erguem em direção as montanhas... Sinto quietude. Silêncio. Nuvens em diferentes tons de cinza cruzam o cume das montanhas, numa marcha silenciosa. É a marcha das nuvens. Junto com elas, as aves voam em círculos e ganham altura. É incrível como automaticamente me desconecto do frenesi daqui de baixo e experimento toda a tranquilidade que há lá em cima. O som dos carros, buzinas, falatórios... Tudo vai sumindo. Vai se evanescendo num efeito degradê, e no topo imponente dos montes encontro paz e traquilidade.
Lá de cima, vejo que a correria aqui em baixo prosegue, mas em câmera lenta... Não há som e também não há velocidade.
As aves continuam a voar em círculos, e quando ganham altura, seguem junto com as nuvens pra onde o vento sopra. Invejo o voo delas. Queria ter asas... Pra que nos momentos de aflição... Eu pudesse voar em círculos, ganhar altura e ver que a aflição, vista lá de cima, é muda e imóvel. Mas aprendi que posso fazer isso só de olhar e contemplar as alturas.

Em momentos assim, tenho o hábito de puxar uma conversa íntima com Deus. Fiz uma oração e senti uma paz... Como se fosse uma resposta de que tudo, certamente, iria correr bem... E correu.