quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Vendendo Tragédia

Os acontecimentos que ocorreram na última semana na cidade de Santo André abalaram o Brasil inteiro. A tragédia que ocorreu de forma implacável com as duas adolescentes, Eloá e Nayara, revoltou toda a população nacional. E não só pela morte de uma menina de quinze anos de idade, que tinha uma vida toda pela frente e que foi interrompida pela mente fraca de um delinqüente machista, mas pelo jogo de empurra que se estabeleceu depois da invasão ao apartamento.
As perguntas não cessam: Houve tiro? Foi antes ou depois da invasão do GATE? Por que Nayara depois de libertada, retornou ao apartamento? Perguntas essas que tão cedo não vão calar.
Mas minha indignação é por isso tudo e mais um pouco. Minha indignação é destinada a uma imprensa sensacionalista que usou e abusou do poder da informação. Estavam vendendo tragédia. E não pense você que a intensificação da notícia era nos manter informados, pois o real propósito disso era manter o pico de audiência.
A guerra entre as emissoras era terrível, estúpida e desrespeitosa. Em um dado momento num programa onde se estava debatendo o acontecido, um dos apresentadores interrompeu a notícia – e nesse momento o clima de emoção e comoção estava no auge – e passou a outro apresentador para que ele fizesse o merchandising de uma promoção que estava dando um prêmio milionário. Agora pergunto a você: por que será que ele fez isso? Seria estratégia, pois naquele momento a audiência era grande, e isso era bom pra venda do produto?
Imprensa brasileira faça-me o favor! Onde está a sua seriedade, o seu cuidado e respeito com as pessoas?
O cúmulo do desnecessário foi quando em dois desses programas, entrevistaram o seqüestrador por telefone... Meu Pai Eterno. Cheguei à conclusão de que tragédia vende, e as pessoas estão dispostas a pagar.
Uma nova profissão surge meus senhores, “mercadores de tragédia”. Será que eu vou ganhar um “qualquer” patenteando a profissão? Isto é ridículo.

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