domingo, 24 de agosto de 2008

Amada Mãe gentil


Nesse período de competições olímpicas, que tiveram imagens que emocionaram a muitas pessoas, minha emoção ficou por conta da execução do hino nacional brasileiro. É estranho, mas até lendo algumas estrofes, me emociono ao ponto dos olhos ficarem cheios de lágrimas.
A descrição de nossas belezas naturais, a declaração de amor eterno à pátria-mãe, a afirmação de grandeza e soberania torna nosso hino o mais poético e mais bonito dentre as nações de todo o mundo.
Lembro-me das execuções do Hino da Bandeira e do Hino Nacional na escola quando era criança, e eu ficava tão emocionado com aquilo, que não via à hora da chegada do dia seguinte pra poder viver aquela emoção outra vez.
Lembro também que os cadernos e livros vinham com os hinos na parte de trás. Hoje, não vejo muito desse ato nas escolas e nem vejo mais as letras estampadas nas capas de tantos livros ou cadernos.
O exercício de cidadania ficou meio que deixado de lado, e esse é um trabalho que deve e tem que ser recuperado nas escolas, se bem que a culpa não é das escolas e nem dos alunos e sim da mídia que tem nos oferecido um conteúdo sócio-cultural de baixa qualidade, e isso afeta diretamente a mente das crianças, que são nossos futuros cidadãos.
A participação das escolas no âmbito sócio-cultural cresceu bastante, é verdade, mas ainda é pouco. Os trabalhos sociais com crianças carentes devem receber atenção maior do governo, com investimentos maiores em projetos esportivos, educacionais, na área da saúde, no exercício da cidadania, isso é cuidar do nosso patriotismo.
Somos um povo que conquista com braço forte. Trabalhadores que somos, defendemos nossa dignidade num desafio a própria morte. Vivemos de um sonho intenso... De um raio vívido de esperança. Somos gigantescos por natureza própria, somos fortes, somos belos... Que beleza igual há entre as outras tantas mil? Somos colossais. Somos filhos que não fogem da batalha, tão pouco tememos a morte.
Somos filhos deste solo, terra-mãe gentil, minha pátria amada... Meu Brasil.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Desejos de Alexandre

Estive lendo um texto que uma amiga me enviou por e-mail, sobre os três desejos de Alexandre O Grande. Um texto bem interessante e com um ensinamento moral extraordinário.
Alexandre antes de sua morte desejou três coisas: 1ª- queria que seu caixão fosse carregado por médicos, 2ª- queria que seus tesouros, prata, ouro e pedras preciosas fossem espalhados pelo chão, e 3ª- queria que suas mãos ficassem do lado de fora do caixão penduradas ao ar livre.
Fiquei um tanto curioso com tais atitudes tomadas por ele, mas cada uma delas tinha um propósito quase que iluminado. Alexandre queria que seu caixão fosse carregado por médicos para que todos vissem que eles não podem curar a morte. O segundo desejo era pra que todos vissem que todas as riquezas conquistadas nesse mundo ficarão nesse mundo. O terceiro foi pra mostrar que a esse mundo viemos de mãos vazias e, ao deixá-lo, também estaríamos com as mãos vazias.
Essas palavras me fizeram perceber o quanto somos materialistas, o quanto olhamos para nosso próprio umbigo e o quanto nos preocupamos com coisas tão mesquinhas só pelo fato delas possuírem um valor capital considerável.
É bem verdade que atribuímos um determinado valor a certas materialidades que conquistamos com luta e suor de nosso trabalho, mas é o amor incondicional dedicado a elas que tira toda poesia de nossa luta e conquista.
Lutamos, conquistamos, enriquecemos, alcançamos lugar de destaque... Mas o que todo nosso dinheiro e bens materais vão valer quando estivermos diante do fio da espada? O pior de tudo não é nem a morte física e sim a do espírito. Conquistar o mundo inteiro e perder a alma é um preço muito alto.

domingo, 17 de agosto de 2008

Máscaras de Solidariedade


Definitivamente cansei! Cansei de tanta estupidez.Cansa-me todo pedido de paz, solidariedade, compreensão... Quando na verdade, essas petições são da boca pra fora.Não se tem mais amor, as pessoas só gritam, resmungam, rosnam, agridem e machucam umas as outras. O mundo vive uma autêntica celebração a tudo o que é mal, vil, desprezível. As escolhas estão cada vez mais banais, os valores familiares já não falam tão alto assim, o sexo de tão banal já não tem nem mais classificação.É bem verdade, e cabe aqui dizer, que vivemos um colapso social que foi cultivado pela multiplicação das iniqüidades e pelos descasos de nossas autoridades, mas grande parte dessa culpa é de nós mesmos. Sempre somos surpreendidos por um sentimento de ódio e de justiça com as próprias mãos quando vemos casos e fatos de violência em nosso cotidiano, e esquecemos que existem leis para julgar e punir tais atos, – pelo menos deveria ser assim – mas minha avó dizia que nesse negócio de “olho por olho”, todos acabam cegos.É difícil ter de declarar, mas, o amor esfriou. O amor não é mais um ato praticável.A sociedade caminha de forma obtusa e a passos largos para um declínio que - Deus nos livre e nos guarde- não haverá volta.Estamos desprotegidos de nós mesmos e isso é um agravante que deve ser levado em consideração, por que é bem verdade que nossa intolerância nos guiou, de certa forma, a tudo o que estamos vivendo agora. Tais atitudes são frutos daquilo que semeamos, e isso têm obliterado o senso de convivermos em comum unidade, respeitando os espaços um dos outros para que nosso sistema social volte ao curso de harmonia.Ultimamente os acontecimentos violentos e brutais ocorridos na cidade do Rio de Janeiro, relatam de fato o câncer que se instaurou no âmbito social, o último revoltou e solidarizou a sociedade que viu a dor de um pai que perdeu seu filho de três anos, e quase perdeu a esposa que teve o carro metralhado por policiais. Mas até onde vai essa solidariedade? Até que ponto nos preocupou de verdade esses acontecimentos se estamos vivendo sempre no limite de nossa tolerância? A verdade é que convivemos tanto tempo com atos violentos que nos tornamos bombas irascíveis prestes a explodir. Estamos cegos e definitivamente fechados.Como podemos pedir paz, solidariedade, compaixão, se por motivos banais como brigas no trânsito, torcer por um time rival nos levam a ódio extremo a ponto de matarmos uns aos outros? Temos que avaliar de verdade o que queremos... Pra ser mais sincero, o que desejamos, pois querer e desejar tem pesos diferentes.Examine-se, pois o homem a si mesmo para que possamos mudar de verdade esse quadro. Que nossa solidariedade seja grande o bastante para aquecer o amor, para pô-lo em prática definitivamente. Só assim nosso grito por paz e justiça nos levará de fato a grandes mudanças.

domingo, 10 de agosto de 2008

Tributo aos vilões

Aproveitando o post sobre o Frejat, a leitora Lais pergunta se eu gostava do Cazuza. Adorava, Laís! Ainda agora estava ouvindo "O tempo não pára" no rádio do meu carro, que é uma música que me emociona demais. Cazuza compunha muito bem, tinha um talento raro e muita visceralidade. Não se economizava. Em suas músicas, ele escancarava a alma e deixava o nervo exposto. Creio que ele faz muita falta, ao contrário do que pensa um outro leitor que deixou aqui um comentário que inicia com um elogio a mim (obrigada!), mas deu a entender que não apreciava o Cazuza e que já teria escrito sobre isso em seu blog, numa crônica intitulada "Tributo aos Vilões". Não li, mas, pelo título, creio que deve ser algo parecido com um texto que andou circulando pela internet anos atrás, uma acusação absurda aos pais do Cazuza, dizendo que eles haviam dado muita liberdade ao garoto e que ele era um mau-exemplo, e portanto não merecia ser exaltado como artista. Como assim? Então um artista só merece respeito se for heterossexual, se nunca tiver experimentado drogas, se nunca tiver cometido nenhum excesso? Mas quem somos nós para julgar os outros? Cazuza assumia: "Eu não faço mal nenhum, a não ser a mim mesmo". Como é que seria o mundo se todos os artistas fossem absolutamente regrados? Não existiria Janis Joplin, Eric Clapton, Pablo Picasso, Jack Kerouac, Rita Lee, Tim Maia, Cassia Eller, Oscar Wilde, Rolling Stones, Marlon Brando, Billie Holiday, Bob Marley, Ernest Hemingway, Elis Regina, Jimi Hendrix e tantos outros que beberam, fumaram, piraram, mas não fizeram mal nenhum à sociedade, ao contrário, deixaram um legado artístico de enorme valor, coisa que talvez não fizessem se fossem comportados pais de família. Claro que não é preciso ser porra-louca para ser bem-sucedido, mas se alguns artistas têm uma natureza transgressora, a troco de quê vamos boicotá-los? E chamá-los de vilões, convenhamos... Por acaso roubaram, como tantos empresários e políticos por aí? Mataram algum inocente, dando tiros pelas ruas? Desviaram dinheiro público? Nossos vilões são outros. Desses, sim, temos que manter distância. Pra encerrar, queria lembrar que cada vez que acusamos os outros, estamos com isso enaltecendo a nós mesmos. Será que estamos tão acima de qualquer suspeita? Me foge agora o autor da seguinte frase: "Se todos soubessem o que cada um faz entre quatro paredes, ninguém cumprimentaria mais ninguém". Eu, que também crio, espero que meu trabalho seja sempre reconhecido pelas emoções e reflexões que ele possa provocar, e não por meu bom mocismo. Ave, Cazuza!

Martha Medeiros

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Vulgaridade ou Sensualidade?


Vulgar ou sensual? O que as mulheres querem ser nos dias de hoje? Acho que a pergunta correta seria: o que as mulheres preferem ser?
Hoje vulgaridade ganha o sinônimo de sensualidade. Particularmente, eu gostava mais quando as mulheres eram sensuais sem fazer força.
Agora algumas delas têm ações desmedidas, o estilo “cachorrona tchutchuca” é a última moda entre elas. Na verdade é mais um convite para que os homens reparem nelas e vejam só um pedaço de carne.
Aí você me chama de conservador, me diz que estamos no século XXI e que a mulher vive sua fase moderna. Modernidade? Avanço? Pois nos dias de hoje, os mesmos que você me diz que são “a idade moderna da mulher”, falta pouco os homens voltarem a vestir túnicas de couro animal, golpear as mulheres com seus tacapes e levá-las para um acasalamento em suas cavernas. A essa altura do campeonato, com tanta modernidade, algumas delas iriam achar essa atitude até sexy.
A boçalidade não termina por aí, é tamanha e “pelada” que o diga o “Meia Hora”. (jornal com um conteúdo bem pornográfico)
O bombardeio de alienações é maçante e crescente. É tal de, “põe aqui, chupa ali”, “creu, creu, creu”... Confesso que ainda não entendi a finalidade dessa música.
Se me pedissem para resumir a mulher, eu diria: peito, bunda e nudez. Parece até açougue ou aviário...
- Vê-me dois peitos de franga Viviane Araújo.
Enquanto outro diz:
- Eu quero um quilo de rabada a La Sheila Carvalho.
Se o comprador tem uma preferência mais natural, elas agora atacam de frutas... Tem moranguinho, melão, melancia... O mercado está farto.
Não quero aqui exprimir sentimentos machistas, até porque não sou. Concordo que a mulher vive uma fase modernista e que está em ascensão, o que me irrita é a perda do foco, do caráter feminino. Sensual nada tem a ver com vulgar. A sensualidade está na riqueza de pequenos detalhes do corpo feminino, na inteligência e na postura de uma mulher. Não é a gostosura exacerbada e à mostra, e sim a percepção de um homem enxergar nela uma mulher.
Sensualidade tem a ver com elegância feminina tal como Tônia Carreiro, Yoná Magalhães, Eva Wilma, grandes damas, divas donas de toda elegância e sensualidade.
Hoje os exemplos são outros... Na verdade, os tempos é que são outros.




Por: Vagner Lopes