sexta-feira, 15 de maio de 2009

Tempo gris, uma taça de vinho e pensamentos no papel



Lápis, papel... Provo o vinho, a manhã tem o tempo nublado e as ideias começam a surgir. Prefiro o tempo nublado. Sem chuva, mas nublado. O céu ganha uma tonalidade diferente, tons em gris diferentes uns dos outros que me fazem lembrar das pessoas que amo, viagens que fiz, momentos de minha infância. Um dia ensolarado também me remete à essas lembranças, mas, em dias nublados, elas parecem mais evidentes, quase que tocáveis, a saudade e nostalgia ganham um sabor um pouco mais refinado, apreciado... Poético.

Lembro de coisas tão corriqueiras, pequenas, mas que tem um valor muito significativo, como: o sorriso e carinho de uma grande amiga(Ariane), viagens à "terra da garoa"... Todos desciam do ônibus vestidos com casacos, eu era o único que gostava de sentir o frio, o vento gelado e cortante sobre meus braços e meu rosto. Lembro do olhar profundo de minha avó, que parecia buscar uma reminiscência. Lembro de quando minha mãe se levantava pela manhã, bem cedinho pra regar as plantas, e eu, com oito ou nove anos ia atrás dela pra tomar "banho de borracha" junto com as plantas. Lembro de quando andava de mãos dadas com minha irmã, Elisia. Brigávamos muito - coisas de irmão -, mas nossas conversas eram muito interessantes.

Dias nublados me fazem sentir mas humano, afável. Dias nublados alteram meu paladar, tato, olfato... Meu modo de ver o exterior, coisas, pessoas (e seus gestos) que estão à minha volta. Sinto a necessidade de consumir mais ideias literárias, ouvir mais músicas e escrever alguns pensamentos.

Nota-se que adoro as coisas simples e inusitadas da vida: gestos, pequenos detalhes. Dias nublados são muito influentes (risos).

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