domingo, 29 de novembro de 2009

Um dia nostálgico...



Já disse em uma outra postagem o quanto gosto de dias nublados. Eles me envolvem em uma nostalgia tão viva.
Dias nublados mexem com meu humor, me deixam mais sensível pra tudo. Comer, cheirar, caminhar, olhar, ouvir, sentir... Todas essa coisas que fazemos de maneira corriqueira durante todos os dias, em dias nublados têm um sabor diferente pra mim. Lembro de quando criança, minha mãe sempre nos ensinou a contemplar a chuva. E se a chuva se transformava numa grande tormenta cheia de trovões e raios, ela nos ensinava que devíamos ficar quietos, silenciosos como num ato de respeito a grandiosidade da natureza naquele instante.

Lembro que em tempos assim era de costume faltar luz à noite. Ficávamos sentados na sala, iluminados pela luz que saia do lampião, cujo combustível que mantinha a chama acesa era querosene. Ficávamos ali, ouvindo as histórias de minha avó e de minha mãe. Mamãe fala muito de meu avô, que falecera muito antes de eu nascer. Gostava de ouvir as histórias do capoeirista sisudo e amável com seu
porretinho pronto pra encarar qualquer um que ousasse tirar vantagem dele.
Pelo o que sei de vovô, ele parecia ser um cara um tanto mal humorado, mas doce. Já vovó, que vi e convivi com ela, era a candura em pessoa. Era uma daquelas senhoras que você vê e logo se apaixona por ela e suas histórias. Pele negra, cabelos brancos bem arrumados em seus vários coques e de aparência dócil e convidativa. Passava horas e horas fazendo tapetes com retalhos e sacos de estopa. Os vizinhos adoravam comprar os tapetes, que eram lindos.

Dias nublados me trazem fortemente essas lembranças de minha infância com minha família. Lembro dos domingos em que minha tia vinha com meus primos, sempre à tarde, e brincávamos até chegar a noite; e quando a noite chegava nós sentávamos diante da TV pra assistir aos Trapalhões. E tinham os quitutes super deliciosos que minha mãe fazia. Nossa! Dá pra sentir o gosto. rs

Acredito que amo dias nublados pelo fato de muita coisa boa da infância ter acontecido justamente quando o clima estava assim.
Lembrei que uma vez faltou luz e nós, crianças, adorávamos sair pra brincar de vários piques. Havia um terreno enorme e cheio de mato ao lado de nossas casas, e quando faltava luz parecia que todas as constelações do universo desciam até nosso bairro. Inúmeros vaga-lumes, ou se preferirem, pirilampos, vagavam entre nós. Nós, os meninos, gostávamos de caçar alguns pra riscar a bundinha luminosa deles em nossas camisas. Perversidade, eu sei. Mas o efeito nas camisas era bem legal. rs

Essas e outras lembranças invadiram meus pensamentos ontem quando acordei e vi o lindo dia nublado que se fazia. O céu completamente gris e as montanhas ganhavam um tom azul-cobalto. Tudo tão harmonioso.
Deus sempre capricha quando pinta esses quadros em PB. E sabe de uma coisa? Ele sabe que eu amo. rs

Um beijo e ótimo domingo a todos vocês.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

O tempo não pára...


... Já dizia o poeta-mor da juventude oitentista, Cazuza, que por ironia não poupou o tempo de sua vida. Pelo contrário, viveu toda a sua vida em um tempo breve. Uma pena.
Eu li o post de uma amiga [Rejane, do blog Espelho ]que mostrava-se um pouco assustada com todo esse corre-corre do tempo e fiquei inspirado a escrver, também, sobre o tempo.

Os gregos tinham duas palavras para o tempo:
chronos e kairos. Enquanto o primeiro se refere ao tempo cronológico que pode ser medido, esse último significa "momento certo" ou "oportuno". É, eu dei uma leve pesquisadinha pra saber disso. rs

Bem, oportunidades pra aproveitarmos o tempo são cada vez mais raras em nossas vidas. Ele ainda continua com suas 24 horas e seguindo em frente, mas ainda assim não aproveitamos bem, ou como queríamos.
Mal fechamos os olhos pra dormir em Janeiro e já acordamos com Novembro findando-se e dando lugar a Dezembro.
Dezembro, todo aquele corre-corre de última hora pra comprar o ingrediente último da ceia de natal, o presente que estava faltando. Shoppings e mercados lotadérrimos de gente batendo cabeça pela promoção da véspera natalina. O tempo não se aplica a nós, pobres mortais. Ou seria o contrário? Talvez o contrário seja cabível, já que sempre deixamos tudo pra última hora e culpamos sempre o tempo.

"Tempo, tempo, tempo, mano velho". O tempo passou, eu fiz 29 e com os 29 veio a pré-síndrome dos 30. Mas estou tranquilo, passo por dezoito fácil, fácil. Assim creio. rs
O problema de todo esse frenesi dos tic's e tac's do relógio é que sempre nos vimos muito ocupados; e coisas importantes passam desapercebidas na grande entulhada de nossas responsabilidades que consomem o tempo vorazmente.

Carpe Diem, dizia o poeta romano Horácio [essa eu pesquisei também. rs] e digo eu também. Pare um pouco o trabalho. Contemple o pôr do Sol. Consegue ver o cuidado nas suaves pinceladas de laranja? Se o dia estiver nublado você pode perceber, se contemplar cuidadosamente, os diferentes tons de cinza. Acho lindo.

São coisas pequenas, mas que são um alento na alma e no tempo.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Lerê, lerê...


"Zumbi, comandante guerreiro
Ogunhê, ferreiro-mor capitão
Da capitania da minha cabeça
Mandai a alforria pro meu coração" [Letra da música 'Zumbi' - Gilberto Gil]


20 de Novembro, Dia da Consciência Negra. Muita celebração, manifestações da cultura africana. Tudo muito lindo e muito bacana, mas não é o suficiente.
Acho muito legal toda essa manifestação e exaltação a cultura negra, mas não me desce muito fácil na garganta e tão pouco fico exultante de alegria.

A história está repleta de heróis como Zumbi, Mandela, Malcom X, João Cândido ( O Almirante Negro), Luther King, Obama (o mais recente) entre tantos outros negros que não tem tanto destaque, mas que dão, e deram seu sangue para construir uma história de busca ao sonho de liberdade e ter um lugar ao sol mesclada com a intolerância de uma suposta raça superior, segregação e apartamento.
O dia 20 de Novembro, pra mim, marca mais pela falsa moralidade desse país, que é lindo, mas também super incoerente e que não aprende a viver com sua bela diversidade.
Essas comemorações não cerram meus olhos pra o que realmente acontece depois de todo esse aparato. Talvez muitos de vocês discordem de mim por essas palavras. Mas é o que eu penso, sinto e reporto a vocês.
Somos esculachados o ano inteiro por pessoas que ainda cismam em conservar um sentimento aversivo de séculos e séculos atrás. É vergonhoso ver que depois de tantos anos o racismo ainda é muito forte. Somos marginalizados todo o tempo por uma polícia que se comporta como gato escaldado quando vê uma pele chocolate.
O Dia da Consciência Negra devia se chamar: Dia da Consciência Nacional. Parece até coisa pra inglês ver. Quem conhece e saca o mínimo de história sabe que muito do que foi feito em "favor" do negro, não passava de balela pra amansar cachorro bravo.

Na semana que antecede as celebrações, até a mídia se comporta diferente. É comercial com negros pra cá, um destaque a outro negro pra lá, e eu pergunto: E depois? Isso tudo é muito pouco. Até quando vão semear migalhas de respeito por nossa cultura. É! Nossa cultura, pois ninguém aqui é ariano, nórdico ou coisa semelhante.Isso tudo me lembra os tempos da escravidão onde senhores feudais e coronéis davam agrediam com chibatas e em alguns dados momentos afagavam os escravos.

Essa é a minha Conciência Negra!

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Na cozinha...


É, eu sempre gostei de ficar socado na cozinha vendo, e também ajudando, minha avó e minha mãe a cozinharem. Se é pra ir à cozinha fazer comida, sai até briga entre eu e minha mãe. Ela gosta de seguir regras, aquelas liturgias todas de como se prepara e como se tempera. Digo a ela que sempre observei as melhores, portanto, não há o que temer. rs


Gosto de confiar no meu feeling. Toda vez que vou preparar alguma coisa recorro inteiramente a ele. Lógico que pra algumas receitas eu dou aquela passada de olho, só pra me situar. Mas gosto do contato sentimental que rola com a receita a ser preparada.

Não sou nenhum mestre cuca, mas quem prova, aprova.
Gosto mesmo é de preparar carnes. A de frango minha mãe é quem limpa. Eu tenho nojo de pegar no frango cru.
Meus pratos são modestos. Sem aquelas pomposidades, mas com o charme e suculência de um bom prato caseiro.

Um dia desses acordei e me veio na mente: macarrão com almôndegas recheadas. Tratei logo de ir comprar os ingredientes. Foram eles: carne moída, 500 gramas de muzzarela (peça), salsa, cebolinha, hortelã e macarrão.



O preparo


Pique a cebolinha a salsa e a hortelã e deixe-as separadas em um recipiente.
Para preparar a massa de carne moída, você pode usar miolo de pão, pão de forma ou farinha de rosca (se for usar o miolo de pão ou o pão de forma, não esqueça de humedecê-los). Eu gosto de usar farinha de rosca.
Vá acrescentando a farinha de rosca em toda carne moída e misture a salsa, cebolinha e a hortelã. Sal a gosto.
Lembra da muzzarela? Então, passe a peça em um ralador. A muzzarela deve ficar como batata palha. Abra as almôndegas e recheie com muzzarela, feche e passe na farinha de trigo.
O ideal é deixar as almôndegas mergulhadas no molho depois que estiverem ligeiramente fritas. Então o que você vai fazer, prepare uma panela de molho, branco ou qualquer um que seja do seu gosto, e deixe o molho cozinhando enquanto frita as almôndegas. Quinze segundos em óleo quente é o tempo ideal pra não vazar o queijo.
Depois de dar o susto nas almôndegas, mergulhe-as no molho fervente pra cozinhá-las por dentro. Acredito que cinco minutos fica ótimo.

Depois de prontas, sirva as almôndegas por cima do macarrão (preparado ao alho e óleo) e delicie-se.

Se é verdade que o caminho até o coração de uma mulher começa pelo estômago, estou prestes a arrumar um casamento. kkk!



Queria agradecer aos carinhosos amigos que lembraram do meu aniversário. Vocês são verdadeiros anjos que Deus envia em forma de cuidados. Um beijo a todos.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Frita! Frita! Frita!



Parece escapamento no sistema de aquecimento do inferno [antes fosse], mas é calor da moléstia mesmo.
Já cansei de falar aqui, sou carioca e detesto sol [salvo idas à praia].
Quando faz tanto calor assim, me dá uma ansiedade, eu não consigo comer direito. Dormir torna-se uma missão 'quase' impossível.
Na semana passada teve queda de energia. Fazia um calor insuportável e a energia caiu eram dez da noite. Passei a madrugada levantando pra tomar banho pra poder voltar a dormir
No banheiro o banho não adianta, parece uma sauna. Prefiro me refrescar com a mangueira no quintal... Com trajes de banho, é claro. Se bem que a vizinha fica um tanto curiosa pra saber o que se passa no quintal. rs

Nesse calor extremo, tem gente que encontra uma solução típica pra coisa. Já faz um tempo que rola a competição "Garota da Laje" que reúne algumas beldades de comunidades do Rio. Se bem que tem umas que só Jesus. O mais engraçado são as premiações. Para segunda colocada: uma laje pré-fabricada 6x6 e uma piscina de seis mil litros, e pra primeiríssima: uma Fiat Uno, ano 2001 com kit gás. Tsc! Carioca gosta de inventar moda.

E o que dizer do apagão? Um monte de ministro numseideque explicam, explicam e não esclarecem nada. Pra completar eu estava sem velas em casa e tive meu sono interrompido por uma barata voadora que entrou pela janela. Medo de barata? Não! Mas imagine você não enxergando um palmo a sua frente, com sono e uma barata sobrevoando a sua cama. Matei a barata[não me pergunte como], voltei a dormir e rezei pra que outras não seguissem o exemplo da amiguinha. Se não sabe voar, pra que ter asas?

Um novo dia começa e o calor continua fazendo hora extra. não vejo a hora da aproximação de uma frente fria e refrescar esse troço aqui. Alguém quer trocar de cidade comigo?

Quero pedir desculpas por diminuir minha presença na blogosfera. Ando um tanto preguiçoso, é verdade, mas as visitas vão voltar a regularidade.
Sexta é meu aniversário [aceito presentes... hehehe]. Iria comemorar, mas saúde da mãe num tá legal nesse momento então, fica pra próxima.

Meus amigos, um grande beijo e dias mais frescos pra amenizar.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Dita Von Teese: poderosamente sexy...


O furacão, Dita Von Teese, passou pelo Brasil e deixou muito marmanjo - e muita mocinha de pé grande - babando e de queixo caído.
Heather Reneé sweet -verdadeiro nome da
femme fatale- é linda, simpática e simplesmente a melhor e mais cara stripper do mundo.
A menina loira que cresceu no Michigan moldou o próprio corpo. Adotou o sedutor estilo
pinup girl dos anos cinquenta, a pinta é tatuada, os cabelos são pintados, seios de silicone e cinturinha de 58 centímetros espremidos por um espartilho até 40 enlouquecedores centímetros mexe com o imaginário masculino.

Um showzinho de sete minutos com a deusa na arte de tirar a roupa custa mais ou menos a bagatela de R$ 130 mil, como diz a reportagem, R$ 300 por segundo. Vai encarar?

Tanta beleza, mas pouco juízo. A beldade foi namorada do inacreditável - e totalmente esquisito- Merillym Manson. Hoje ela não gosta muito de tocar no assunto, deve ter visto o tamanho da asneira que fez.

Bom, o fato é que a moça é bela. Na minha opinião, nem precisa tirar a roupa (depende da ocasião, hehe.). Só a fala dessa mulher é capaz de fazer a carne de qualquer homem tremer.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Noite com amigos, burritos e PM's... [vai dá merda]


Gente, sair de casa está um caos. Nem mesmo pra relaxar com amigos você encontra paz e sossego.

No último final de semana eu fui ao shopping com um casal de amigos pra comprar algumas coisas e sair pra dar uma curtida básica na noite. O tempo que gastamos no shopping foi bem legal, normal e tranquilo, mas toda aquela andança que a noiva do meu amigo nos obrigou a fazer deixou uma fome enorme. Resolvemos ir à um restaurante mexicano que fica próximo ao shopping. Decoração bacaninha, ambiente legal, gente bonita, o dono e seus funcionários super atenciosos, legal.

O bate papo com os amigos à mesa estava animado. Sorrisos, cerveja escura, porção de nachos [deliciosos nachos]. Eis que entram dois policiais. Caras amarradas, coldres com pistolas e fuzis em mãos. Todos que estavam no restaurante acharam a cena no mínimo estranha, pois não havia necessidade de entrarem com aquele arsenal todo em um lugar público e nada suspeito. Mas a cara de todo mundo já dizia: vai dá merda!

Eu e meus amigos terminamos com os nachos e aguardávamos os deliciosos e apimentados burritos, enquanto um dos policiais se dirigia ao caixa... Muito provavelmente pra pegar o dito cujo do "arrego" - tipo de pagamento que alguns comerciantes fazem por proteção do estabelecimento(irônico). Em casos mais graves, esse tipo de pagamento é feito por traficantes pra que sejam menos sufocados pelas operações policiais-. O outro se dirigiu ao banheiro, que por sinal ficava à cinco metros pra trás de mim. Os burritos chegaram, eu fazia piada com a presença dos policias, balas perdidas até que, de repente, um forte estrondo. Eu olhei pra cara do meu amigo, os olhos dele estavam tão grandes que ficaram do tamanho do prato. O que aconteceu? O soldado, bisonho, que havia ido ao banheiro deixou o fuzil cair no chão. Quando eu olhei pra trás e vi a merda que ela tinha feito, meu coração foi parar na boca... e se aquela droga de fuzil começasse a disparar e atingir as pessoas? O primeiro a tomar uma "caroçada" seria eu, pois a arma estava apontada pras minhas costas.

O clima no restaurante pesou. Todos ficaram perplexos com a falta de responsabilidade e treinamento do policial que saiu de fininho e sem graça.


Um fuzil 762 tem um poder de fogo incrível e isso todo mundo sabe, inclusive o policial. Ele vem com uma bandoleira e trava de segurança que é para serem usadas exatamente pra evitar esse tipo de acidente.
Felizmente nada de horrendo aconteceu, mas pessoas poderiam ter morrido pela falta de responsabilidade de homens que deveriam nos transmitir total segurança.