sábado, 24 de janeiro de 2009

Se fosse bom não se dava, vendia

Decidi não mais aconselhar. É, assim, de forma radical. Afinal para que servem os conselhos? Ninguém os segue, e quando os escutam, fazem ouvido de mercador. Era como dizia minha saudosa e sábia avó: “conselho se fosse bom não se dava, vendia.” E por falar em minha avó, lembrei que nunca fui muito bom em ouvir conselhos, mas me destacava quando dava um. Acredito que seja o caso de muitas pessoas... Pelo menos eu, nunca vi alguém que seguisse seus próprios conselhos.


A verdade é, que toda vez que uma pessoa vem em busca de um conselho, ela prematuramente já vem com uma opinião formada na sua consciência, e se o seu conselho não bater com as idéias pré-determinadas do Ser a ser aconselhado, pode acreditar que ele não ouviu bulhufas de tudo o que você disse.

O engraçado, é que essa coisa de dar conselhos, sai meio que automaticamente. Aconselhamos até a nós mesmos. A pessoa se olha no espelho (principalmente as mulheres) e pronto: “Marta, você tem que emagrecer.” “Julia! Que bolsas são essas nos seus olhos? Vamos imediatamente naquele médico-cirurgião maravilhoso e você vai sair de lá renovada.” Basta uma situação e os conselhos saem, sem treino, sem decorar... É instintivo. E o que dizer dos conselhos de mãe? Mudaram até de nome. Viraram “praga de mãe”: “se eu fosse você não noivava com essa menina, ela não me inspira confiança.” Batata! E num é que acontece!


Aconselhar é quase que... Poético. Todos nós nos sentimos um pouco psicólogos, entendedores profundos do assunto e tagarelamos conjecturas filosóficas... Todo Esse ornamento para que a pessoa se sinta acolhida em nossas palavras, e às vezes tudo fica pelo caminho.

Diz um antigo ditado que Deus tarda, mas não falha. Deus nada tem haver com tardar ou falhar... São palavras que não existem no vocabulário dEle. O conselho sim... Tardará, mas não falhará.
Um conselho? Não aconselhem. Xiii, aconselhei! Rsrs.

Um beijo gente.

Choque de Ordem: uma sacanagem com o povo carioca

A nova medida tomada pelo prefeito da cidade do Rio, Eduardo Paes, tem dado o que falar. A operação Choque de Ordem, que tem sido carro-chefe da gestão do novo prefeito, tem como objetivo remover moradores de rua, vendedores ambulantes, entre outros de bairros como Ipanema, Botafogo, Copacabana e Centro. A grande pergunta que fica é: e pra onde vão levar essas pessoas? Que chances de reordenação e ressocialização vão ser oferecidas?


Nesta estratégia de marketing político (que também virou um jogo de empurra-empurra), quem sai lucrando são os grupos elitistas, que há tempos desejam que tais pessoas sejam retiradas da frente de suas vistas.

Mais ou menos há duas semanas, eu vi no noticiário o terrível problema que muitas mães (pais também) enfrentam na fila para matricular seus filhos em uma escola pública. O descaso e a falta de um atendimento digno a quem esperava na fila por dias eram notórios e revoltantes e me fez pensar nessa tal ação de “Choque de Ordem”. Se for pra ordenar, organizar... Que se comece pela educação. Que se comece pelas escolas públicas.
É uma vergonha viver num país onde não se dá a mínima pras escolas, onde planos de educação pra pobres são deixados de lado, onde o aculturamento por parte das elites é propagado anos afinco e nada se faz.

Quer trazer ordem à cidade Senhor prefeito? Comece fazendo um plano de reintegração social pra estas pessoas que seus agentes tiram das ruas todos os dias. Comece a trazer ordem nos atendimentos das escolas públicas, nos hospitais...

O que falta pra melhoria de todos os cidadãos (eu disse “TODOS”) do Rio, são medidas sociais que tragam soluções verdadeiras e não essa medida mascarada e sem-vergonha.
Choque de Ordem? Balela da grossa! Isso tudo é uma maquiagem muito mal-feita no rosto do Rio de Janeiro.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Roda de amigos no bar, duas Cocas Zero e bate-papo sobre o amor

Estava muito divertido aquele encontro entre amigos no bar. Fazia tempo que não nos viamos, e foi uma alegria só. Depois de altas conjecturas com nosso professor de Física sobre a formação do universo, ele recitou um trecho da poesia de Vinícius de Morais que diz: "Que não seja imortal, posto que é chama. Mas que seja eterno enquanto dure."

Apartir daí, nossas conjecturas tomaram outro rumo. Minha amiga Fernanda, disse que só saberia se amou alguém no dia em que morresse. Foi alusão a uma dessas contemplações pós-morte. Eu, um pouco alheio ao assunto, me pus somente a pensar sobre os amores, Eros, Filo e Ágape... Então soltei a pergunta: Quem seria capaz de amar incondicionalmente uma pessoa? [todos me olham meio que sem entender a pergunta de quem estava tão calado] O Eros, homem x mulher, aquela coisa de pele... uma paixão consumidora. O Filo, era aquilo que estávamos desfrutando alí naquele momento, é o amor entre amigos, mas em nenhum deles vejo incondicionalidade. Se desapontamos alguém, se magoamos pessoas, definitivamente as coisas mudam. Um erro, apenas um erro é o bastante pra que toda a história escape por entre os dedos. Mas o Ágape é perfeito. O Agape é o amor que Deus sente pela humanidade. É o amor que não condena, mesmo que estejamos errados, é o amor de um pai para com o filho. Repreendedor quando necessário, mas ao mesmo tempo afável, cândio e contrito a perdoar.Isso me fez pensar no amor entre nós irmãos que compartilhamos da mesma fé e que como herdeiros, carregamos parte deste amor em nós.Será que somos capazes de amar incondicionalmente o irmão que nos traiu, ou até mesmo aquele que se afasta da caminhada?A nossa natureza é má.Fomos forjados em uma natureza em declínio e devemos sempre voltar nosso coração ao sagrado, para que sejamos dignos desse amor de Deus em nós.Vamos praticar a incondicionalidade para que o amor de Deus alcance vidas que estão distantes, destrua o ódio e a separação. . . Vixii... já estão fechando! Hey!! A conta por favor!

bjóks gente.

Os indecifráveis propósitos de Deus


A semana começou marcada por uma forte tragédia que ocorreu no templo da Renascer, onde se reunia parte da igreja de Cristo. As cenas que vi e acompanhei pelo noticiário, gelaram meu coração e me fizeram pensar qual seria o propósito de Deus nisso tudo.
Eu estava reunido com alguns irmãos em Belford Roxo quando fui avisado da notícia trágica de que o teto do templo havia caído sobre os irmãos. Quase que imediatamente, entrei em desespero. Imaginei que o fato teria acontecido no horário de culto- que logicamente fica lotado- e na mesma hora nos propusemos a orar por nossos irmãos que habitam naquela casa.O sentimento que se despertou em algumas pessoas, pessoas estas que compartilham da mesma fé, foi o de que Deus estaria pesando a mão sobre a igreja... Uma total baboseira e com certeza um dos maiores impropérios que já ouvi. Muitos estão até satisfeitos com isso tudo, me pergunto se esse definitivamente é o sentimento de Cristo vivendo em cada um de nós.
Quando vi as imagens, o sentimento que me veio, foi de que a igreja havia sido esmagada... Como se um gigante tivesse pisado naquele lugar. Mas esse sentimento foi logo desanuviado por ter plena certeza de que a igreja está de pé... O que ruiu foi o templo, mas NÓS que somos a igreja viva de Cristo, continuamos de pé.
Ficam a tristeza e luto pelos irmãos que morreram, e também muitos porquês, mas os propósitos de Deus são indecifráveis (pelo menos por hora). Esse é o momento (se é que devesse ter momentos pra nos unir) onde devemos estar e permanecermos de fato unidos, sem placas, sem nomenclaturas ou doutrinas.
Que a Paz seja com todos vocês.

Parecido com Ele

Nesses últimos tempos, tenho realmente me importado sobre como agir de uma maneira correta diante de cada situação vivida. Eu fico me perguntando como Cristo reagiria diante de situações que se apresentam no dia-a-dia e isso tem me dado forças diárias relacionadas a comportamento. Minha relação social com amigos, familiares, desconhecidos tem sido repensadas sempre, acredito que se trata de uma busca em se tornar uma pessoa melhor e justa com tudo e todos, mas não de uma forma forçada, na marra... Definitivamente, não! Prezo sempre pela naturalidade, pois sempre detestei forçar a barra pra ser ou parecer alguma coisa.A citação: “ter a mente de Cristo” é o que tem me norteado nessa busca de melhorias pessoais. Sempre fui muito sincero, mas também muito reservado em minha vida eclesiástica. Parecer o santarrão não é comigo, prefiro ser polêmico e também contestador, com certeza esse é meu perfil.Tenho orado muito a Deus pra me parecer mais com seu filho, e ser sábio em minhas atitudes e Ele sempre têm colocado pessoas importantes onde de certa forma eu aprendo com elas.Transparência, verdade, vida voltada ao sagrado... É difícil preservar esses atributos em nossa fé sinuosa que mais parece índice da bolsa de valores... Dias em alta, outros em baixa, mas nosso desejo de ser igual ao Pai, ter a mente dEle é o que tem nos segurado.Cristo nos deixou ensinamentos primordiais pra seguirmos em nossa caminhada, e toda a sua vida é um exemplo a ser seguido.Quero parecer a cada dia mais com você, Pai. Obrigado pelo teu coração.

vida na Vida

Ultimamente, entre alguns amigos de comuna, tenho ouvido falar e também tenho vivido esse termo que parece simples, mas que traz uma nova mentalidade daquilo que diz respeito a ser como Cristo ou caminhar segundo os seus ensinamentos.A “igreja”, cada vez mais institucional, tem se voltado pra esse lado de um espaço físico, logístico, templário... Isso tudo é muito bom, traz comodidade, é muito bonito... Mas isso não é ser igreja, não é o principal. Viver uma vida na Vida é o contexto que nos traz a luz daquilo que é ser servo, de viver uma caminhada comunal, de suporte comunal para com os irmãos, de uma adoração de comum unidade ao Pai. Mas o modelo padrão, que é o estado vigente institucionalizado em que se tornou a “igreja” tem enfraquecido esse laço de comunidade.A igreja descrita em Atos dos apóstolos tinha uma conotação de casa/família de Deus onde todos se importavam uns com os outros. Há um texto interessante nas escrituras, em Atos cap.2: 42 a 47, que mostra a forma comunal de como os irmãos caminhavam e se relacionavam uns com os outros.Partilhar nossas angustias, nossos momentos de glória, partilhar conhecimento, ensino, amor, verdade e transparência... Não importa o lugar, seja num templo suntuoso ou numa pequena sala de uma casa, pois, se estamos reunidos em nome do Pai, ali Ele se fará presente e nos constituirá igreja dEle, pois, igreja somos nós e não o lugar onde estamos.Caminho, verdade e vida na Vida... Isso é o Reino.

sábado, 3 de janeiro de 2009

E começa um novo ano!


Depois de festas, ceias e fogos, o ano de 2008 (com seu finalzinho um tanto conturbado) deu lugar para um novo ano com promessas de esperanças, paz e melhorias.
Paz, saúde, sucesso e amor. Talvez sejam palavras e/ou até mesmo desejos que se tornaram clichês em épocas de fim de ano, mas, será que em mais um ano, nós vamos ficar somente nesse ardente desejo para que algumas dessas palavras se tornem realidade? Em determinados fatos simples da vida, nossa paciência se esgota em questão de segundos. Estamos sempre propensos a esquentar nossas cabeças, e nesta pré-disposição partimos pra cima aos socos e ponta-pé, no sentido mais literal da frase.
Na véspera de ano novo, eu fui visitar uma amiga que reside nas proximidades de minha casa. Foi um encontro bem gostoso. Conversamos, sorrimos, mas a possível chance de um temporal fez com que eu fosse embora mais cedo do que eu tinha previsto. A caminho de casa, nada muito interessante... Ruas vazias, alguns guris soltando bombas (uma delas me deu um tremendo susto), mas nada era muito animador para eles (crianças já não ligam mais pra essas coisas, preferem gastar seu tempo diante de um play station). Chegando ao ponto de ônibus, percebi um alvoroço logo à frente... Era uma briga de casal, onde o (possivelmente) namorado gesticulava muito, chutava a bolsa da mulher e a jogava com força contra o carro. Aquela atitude me fez pensar se queremos de fato paz e amor, como diz na letra de Renato Russo, Baader-Meinhof Blues: “Afinal, amar ao próximo é tão démodé.”
Desde então, esse pensamento ficou em minha mente... O que devo fazer pra que esse ano seja verdadeiramente melhor pra mim e para os outros?
Desejo um novo ano com mais atitudes de paz, onde as pessoas (Eu também) pensem mais antes de tomarem uma atitude drástica. Um novo ano onde pessoas transformem a palavra “PACIÊNCIA” em um ato constante. Um ano onde o amor seja levado a sério. Que o sucesso venha ser fruto de um trabalho honesto e digno.
Desejo um ano praticável. Que não fique só no: “Eu te desejo...”
Vejo uma nova chance de sermos melhores, uma nova oportunidade de fazermos coisas e melhorias que mudariam nossas vidas e a vida dos que nos cercam.

Feliz novo “praticável” ano.